É... a nossa cidade está pensando grande, e deve!

Temos historicamente um título nacional atribuído ao plantio de arroz na região, embora recentemente um pouco substituído pelo avanço do cultivo da soja, mas ainda somos uma referência na nação. Na nossa comunidade existe uma empresa que é referência premiada de produção de azeite de oliva, que tanto bem faz a saúde do ser humano, reduzindo em até 41% o risco de isquemias cerebrais, assim como o colesterol ruim e diminuído alguns tumores do ser humano. Poucos quilômetros depois de sair da BR290, nos encontramos com a maior plantação de nozes da América Latina, um alimento que auxilia no controle de radicais livres e na redução de processos inflamatórios que aumentam o risco de algumas neoplasias e processos cardiovasculares. Hoje existem pelo menos mais dois grupos de empreendedores envolvidos na produção deste fruto. Estamos pleiteando a vinda de cursos da UFSM e de outras universidades, com muitos argumentos válidos e sólidos, visto que somos uma cidade com vontade de crescer e de se expandir. Há sérias intenções de tornar realidade a ferrovia por nossa região, o que também mudaria o panorama econômico.

Todas as comunidades, cidades e regiões que contam com centros de ensino médico têm sempre muito a ganhar. É um fato consumado que faculdades de ensino médico são sinônimo de crescimento, em todos os sentidos.

Dentro do corpo clínico do nosso Hospital de Cachoeira do Sul, tenho absoluta certeza que o sentimento em comum é que devemos auxiliar e nos somarmos ao processo de inclusão da nossa cidade por uma faculdade de medicina. Este tipo de atendimento só tem a favorecer aos pacientes, principalmente aos mais carentes. Além de ser um upgrade no atendimento da população, serve para estimular o aperfeiçoamento dos professores e criação de uma escola de ensino médico, permitindo a revisão de protocolos, processos diagnósticos e terapêuticos e principalmente atualização e constante estudo. Alunos estimulam os professores a estudarem e vice-versa.

Diante dessa belíssima notícia resta saber, até onde ela vai e o quanto a sociedade vai se mobilizar por este objetivo?

Os médicos estão 100% estimulados e certos de ajudar. Iremos compor todos os grupos de trabalho em que formos convidados a participar no sentido de permitir a concretização deste sonho. Mas o quanto a população vai se conscientizar que esta é uma luta para ela mesma? Quer dizer, a vinda de uma faculdade só vem a favorecer ao consumidor, portanto, é mais importante e crucial que o próprio cliente, que é o paciente, esteja envolvido no processo de consumação deste sonho. 

Entendo que a população não deva mais ficar passiva diante desta necessidade. Não adianta mais apenas reclamar quando a situação está péssima e com soluções precárias, diante das enormes dificuldades que os nossos municípios enfrentam. Quer dizer, estamos diante de um grande passo a ser conquistado para a melhoria do atendimento médico em todos os sentidos e não podemos ficar incólumes aguardando pelo andamento do processo. A população precisa se unir para tornar este projeto uma realidade. Não devemos e não podemos simplesmente cobrar, sem tornarmo-nos partícipes desta grande empreitada. Considero que não podemos deixar toda a responsabilidade nas costas dos gestores e virarmos simples espectadores. Devemos empurrar este barco com todas as forças, para que estes projetos se viabilizem e, desta forma, muitos outros possam vir a sair de simples propostas.

Por que acho que uma faculdade de medicina poderia melhorar a saúde da nossa cidade? Vou simplesmente numerar, sem entrar em detalhes: Aumento de leitos da UTI e dos atendimentos cirúrgicos, com ampliação de bloco cirúrgico, regionalização imediata de serviços como emergência, entre outros. Ampliação do SAMU e até possibilidade de implantação de um serviço de Radioterapia. Possibilidade de novas especialidades, como hematologia, oncologia pediátrica (talvez). Outros procedimentos cirúrgicos e diagnósticos ainda não sendo feitos na nossa cidade, como cintilografias e o amplo uso das variedades disponíveis na medicina nuclear, inclusive até procedimentos em hemodinâmica, etc, etc, etc. Enfim, há uma ampla variedade de alternativas que poderiam ser incrementadas para a atenção em saúde.

A sociedade precisa se envolver na cobrança deste e de outros projetos que vem a beneficiar a nossa comunidade, fazendo a lembrança constante aos nossos representantes políticos, para que não caiam no esquecimento e sejam engavetados. Aja localmente, pense globalmente. Uma mão ajudando a outra gera uma poderosa força! E educação é a solução para todos os problemas sociais.