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12-11-2013 - efeitos da quimioterapia
12-11-2013 - efeitos da quimioterapia

                                                       

 


Desde o primeiro dia da vida de um residente de Oncologia Clínica, uma das ocupações mais comuns para este é o estudo minucioso dos efeitos colaterais das medicações quimioterápicas usadas para os tratamentos oncológicos. Passam-se 2 a 3 anos de residência exclusivamente na oncologia clínica, mais dois de medicina interna e mesmo assim é ainda impossível sabermos na ponta da língua, todos e cada uma dos problemas vinculados a estes medicamentos.

Por convenção tácita, hoje os quimioterápicos são todos os remédios usados com propósito vinculado ao tratamento de tumores malignos. Mas na verdade num conceito amplo da palavra, quimioterápico é todo remédio obtido através do emprego da química, farmácia, etc. Portanto, até a santa Aspirina é um quimioterápico, o Losartana e a Digoxina do coração são quimioterápicos, os Metformina e Glimepirida também o são. De fato todos os remédios alopáticos são quimioterápicos. No entanto, como disse, por convenção tácita, o emprego do conceito Quimioterápico foi e será usado sempre para englobar os medicamentos usados para o tratamento de tumores malignos, conhecidos como cânceres (é errado dizer Câncer maligno, pois a palavra câncer já implica em ser maligno, sendo desta forma, desnecessário ratificar o que a palavra em si já determina)

Náuseas e vômitos
Desde os primeiros quimioterápicos surgidos na década de 1960, as náuseas e vômitos eram sem dúvida os maiores vilões representativos da quimioterapia. Na época era difícil o tratamento destes efeitos colaterais, pois a oncologia estava nos seus primórdios. Era prioridade o tratamento das doenças e furtava-se a medicina da necessidade de garantir o que hoje é tão importante: a qualidade de vida. Aos poucos, a percepção de que nem sempre tratar apenas a doença era importante, mas oferecer segurança no controle dos parefeitos, foram surgindo importantes avanços para o seu controle. Desta forma, hoje temos no mercado remédios para o controle de náuseas e vômitos de excelente performance: Ondansetron, Granisetron, Dolasetron, Aprepitano, para mencionar os mais avançados, mas sem esquecer a Metoclopramida, Dimenidrato e o tão querido Omeprazol ou Pantoprazol.

Este sintoma hoje é muito bem controlado, na grande maioria dos pacientes, com raras exceções.

Alopécia (Queda de cabelo)
Um dos grandes desmotivadores para aceitar o tratamento quimioterápico, principalmente para mulheres, é a temida perda dos “belos”. Os penteados são para as mulheres os marcos embelezadores dos quadros. Muitas mulheres se deprimem mais em função da perda dos cabelos, do que pelo próprio diagnóstico das neoplasias. Cada vez mais dispomos de medicamentos mais inteligentes e modernos com menor risco de perda das cabeleiras, porém ainda um significativo número de pacientes precisa se submeter a medicamentos com toxicidade específica contra o crescimento dos cabelos e sua consequente perda. Não existe uma alternativa ou remédio para evitar a queda. No entanto, algumas medidas pouco ortodoxas já foram adotadas por centros médicos, oncologistas inclusive renomados e pelas próprias pacientes, como o uso de turbantes preenchidos com dezenas de pedras de gelo durante as sessões de quimioterapia, para diminuir a circulação sanguínea no couro cabeludo e reduzir o impacto sobre a perda de cabelos. Nada disso devidamente provado do ponto de vista científico, mas não desestimulo, pois vai que funcione, ne?!

Febre e infecções
Talvez este seja o mais temido dos efeitos colaterais para os oncologistas, pois aqui que mora o perigo, já que muitos pacientes ficam com a imunidade deprimida e comprometida, facilitando a proliferação de bactérias e vírus para doenças graves. Normalmente estas bactérias e vírus pouco risco oferecem a saúde humana, mas em determinadas circunstâncias, um paciente em quimioterapia encontra-se em contextos de ter a uma deficiência imunológica adquirida. Daí que é importante que o paciente sempre comunique seu oncologista quando está com febre. Evitar contato com pessoas doentes é o passo mais importante na prevenção destas complicações.

Feridas na boca
A mucosite e estomatite, que são popularmente conhecidas como “sapinho”, fazem parte do segundo grupo de preocupações para os oncologistas. Isto pois, a boca é a porta de entrada da maioria das bactérias e portanto da maioria das infecções, principalmente em pacientes com imunidade comprometida. Uma boca bem cuidada, com visitas regulares no dentista e higiene diária, é uma garantia para um risco reduzido deste tipo de problemas. Pacientes que se mantém bem hidratados e com alimentação balanceada também reduzem seus riscos.

Diarreia
Este é o terceiro efeito que mais preocupa os oncologistas clínicos. O canal anal e reto são o segundo lugar por onde as bactérias mais causam infecções nos pacientes em quimioterapia. Além de gerarem angustias no oncologista por causa das infecções, também há um crescente risco de desidratação e desnutrição aguda. Por isso é importante que o paciente mantenha uma adequada ingesta de líquidos e alimentos funcionais.

Como orientação básica: Se tiver Febre (≥ 37,5ºC), diarreia (> 3 evacuações líquidas em 24 horas) ou sapinho, comunique seu oncologista clínico imediatamente.

Como dica: procure sempre um nutricionista para orientações básicas durante a quimioterapia e um dentista para controle de gengivites e cáries, principalmente antes de começar a quimioterapia ou logo no início.

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