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20-07-2013 - aspirina e aspectos pouco conhecidos
20-07-2013 - aspirina e aspectos pouco conhecidos



Meu compromisso com vocês hoje é trazer novidades sobre um remédio que, na sua simplicidade, tem se mostrado um grande aliado da medicina nas mais diversas especialidades. A intenção não é fazer disto um tratado, mas informar fatos interessantes sobre o uso de baixas doses de Aspirina para adultos.

O ÁCIDO ACETILSALICÍLICO é o composto principal da Aspirina, o qual foi sintetizado inicialmente em 1897 pelo Dr. Felix Hoffmann. Porém a sua história começou muito mais cedo, por volta de 1.500 anos antes de Cristo, quando era recomendado para o alívio de dores reumáticas na forma de infusões de folhas secas de murta (Myrtus communis) Mil anos depois, Hipócrates também passou a prescrever sucos de casca de salgueiro para as dores de parto e combate a febre, que também continham o ácido.

Além de servir como uma medicação para reduzir a febre, aliviar dores, reduzir as chances de infartos, e mesmo que velhinho (mais de 100 anos de vida), ainda impressiona pelas novas vantagens que a cada ano vem sendo agregadas. 

Vejamos algumas:
Tromboses venosas (não é o mesmo que varizes!)
As tromboses venosas são o resultado de uma obstrução nas veias. As tromboses são mais comuns nos membros inferiores, mas podem acontecer em qualquer parte do corpo, como pulmão e cérebro. Nos membros há inchaço, podendo ter dor e dificuldade para se movimentar. No pulmão é um quadro grave e pode causar muita falta de ar, tosse e angústia respiratória. Quando o trombo ocorre na cabeça há um enorme leque de sintomas e sinais, dependendo do local obstruído. 

O Ácido Acetilisalicílico, na dose de 100mg ao dia (o equivalente a uma Aspirina infantil) tem evitado estas tromboses em 1/3 dos casos, principalmente dos membros inferiores.

O resultado prático disso é que, existem muitas pessoas no mundo com risco elevado de desenvolverem tromboses e uma simples dose diária de 100mg de Aspirina poderia reduzir expressivamente este risco. Considere verificar com seu médico se você está em risco de trombose, como reduzir o risco e se vale a pena usar este medicamento ou outro.

Ataques isquêmicos transitórios e pequenas isquemias cerebrais:
Quando falamos que uma pessoa sofreu o que é conhecido popularmente como derrame ou isquemia cerebral, na verdade pode estar acontecendo apenas um “ataque transitório”, onde a pessoa recupera 100% de suas faculdades em poucas horas ou, no outro extremo, as isquemias definitivas. O aumento do número de pessoas com risco de derrame está associado a uma maior incidência de doenças como hipertensão, obesidade, síndrome metabólica, tabagismo, entre outras.

A Aspirina sempre foi usada na prevenção de isquemias cerebrais. Recentemente foi visto que, quando usada logo após a crise de isquemia, pode diminuir os danos cerebrais e ainda reduzir o risco de novas crises isquêmicas. Aparentemente este benefício ocorre porque a Aspirina altera a capacidade das plaquetas coagularem, impedindo a formação de coágulos dentro das veias.

Aspirina na gravidez:
Preeclampsia é a complicação de algumas gestações, também chamada de toxemia gravídica e é caracterizada principalmente pelo aumento da pressão arterial e edema no corpo todo (inchaço)

É possível que baixas doses de Aspirina, iniciadas precocemente na gravidez, possam ter algum benefício no controle da temida preeclampsia? Há evidências de que o uso da Aspirina (nas doses de 50-150mg ao dia) poderia ter um impacto favorável na redução do risco de desenvolver preeclampsia, sobretudo em mulheres grávidas com peso acima do ideal, além de reduzir o risco da morte perinatal. Estes achados são o resultado de uma super análise de 42 estudos compreendendo mais de 27.000 grávidas e que aconteceram desde 1965 até 2011 (46 anos de estudos).

Nem toda grávida pode tomar Aspirina. Antes de pensar em usar, consulte com seu obstetra.

Aspirina e prevenção de câncer
Como a Aspirina em baixas doses consegue reduzir a incidência de alguns tipos de cânceres, ainda é motivo de estudos. De qualquer maneira, a forma como isso acontece é para o leigo menos importante do que a sua utilidade prática. Então vejamos a seguir quais tumores a Aspirina combate.

- Câncer de cólon: Aspirina reduz o risco de um câncer de cólon em aproximadamente 20% dos casos, apenas usando 100mg ao dia. É o tumor mais estudado em relação ao uso de Aspirina.

- Melanoma: Este tipo de câncer de pele tem hoje em dia poucas opções de tratamento. Estudos mostram que mulheres brancas, na pós-menopausa, usando baixas doses de Aspirina, têm menos chances de desenvolver um melanoma.

- Tumores de mama e estômago: A observação de muitos estudos mostra que ambos os tumores tem menos chances de se desenvolverem em pessoas que tomam regularmente Aspirina.

Perigos da Aspirina
Mesmo com todos os benefícios vistos, e outros que certamente ainda serão mostrados no futuro, a Aspirina tem riscos que devem ser avaliados antes de ser considerado o seu uso. Os mais importantes são: alergias, pessoas asmáticas, sangramentos do estômago, inflamações renais (nefrites), doenças da coagulação, entre outras. O seu uso está contraindicado em vigência de doença por Dengue. Por isso sempre consulte um médico antes de usar regularmente Aspirina. De fato sempre consulte seu médico antes de usar qualquer medicamento, mesmo que os mais simples.

Fontes desta coluna:
Aspectos científicos da Aspirina:https://www.medscape.com/features/slideshow/aspirin
Aspectos históricos da Aspirina: https://www.aspirina.com.br/index.php

No site de aspectos históricos da Aspirina você poderá encontrar algumas curiosidades, entre outras que a Argentina é o país que mais usa este medicamento no mundo. (Será que o governo da Cristina dá tanta dor de cabeça? Pode ser que em breve nós os ultrapassemos nisso também!)

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