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17-11-2013 - os voluntários da oncologia
17-11-2013 - os voluntários da oncologia

 

                                                            https://www.voluntariosonline.org.br/voluntario

 

Já faz alguns meses que venho tentando construir assuntos na coluna de saúde para a qual fui gentilmente convidado pelos diretores do Correio e o jornalista Vinicius. A cada semana me pergunto o que será que os leitores querem encontrar nesta coluna e me vejo extraviado em tantos assuntos e nenhum à altura deles. Escrever sobre questões de saúde parece ser a martelada diária e cadenciosa de todos os meios de comunicação. Sentimo-nos invadidos por meses com cores, por campanhas e mutirões midiáticos pela saúde e que a certa altura saturam e cansam. O bom é que hoje temos uma enorme biblioteca disponível a qualquer hora, virtualmente gratuita que é a internet e, portanto hoje o assunto não irá engordar mais o volume de informação. Por trás dos profissionais da saúde, há muitas pessoas envolvidas no atendimento dos doentes. Estes são os voluntários.

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O mundo já tem um grupo de valentes e abnegados médicos voluntários, chamado de “Médicos sem fronteiras”. Muitos brasileiros já engrossaram e ainda engrossam suas fileiras. Atendem gratuitamente, preterindo seus trabalhos, para auxiliar populações com dificuldades, em zonas de confronto e guerra, áreas de catástrofes naturais e em países pobres. Já pensei em vestir a camiseta desta instituição, mas logo percebi que um oncologista não seria de muita utilidade. Portanto eu talvez seja mais útil na nossa região. Na oncologia também temos os voluntários. Começando pela Liga Feminina de Combate ao Câncer, que é provavelmente a que mais tenha contribuído historicamente com a manutenção e crescimento da Oncologia em Cachoeira do Sul. Verdade é que, sem a intervenção voluntária da LFCC, talvez a Unidade de Oncologia de Cachoeira do Sul estaria apenas na história da cidade.
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Há no centro de oncologia da nossa cidade um extraordinário grupo de funcionários que exerce suas funções beirando o voluntariado. Eles são devidamente pagos para esta função, mas não foram preparados para lidar com toda a gama de emoções que transitam pelos corredores do nosso prédio. Por isso considero que desempenham impecavelmente seus papéis de apoio e conforto para estes pacientes. No frente de batalha estão as nossas duas secretárias, peritas em conseguir dar conta das dezenas de pacientes que precisam de orientações gerais, agendamento de consultas, assim como de tratamentos, exames e cirurgias e atendimento das ligações e isso sem precisar ir ao banheiro! Às vezes fico com a impressão que elas têm mais de dois braços.

Fazendo o meio de campo, temos um jovem rapaz que por vezes ajuda tanto, que chega a ser irritante! Tem horas que o chefe do centro de oncologia pede para reduzir a marcha e não ser tão voluntarioso. Mas devemos coibir a boa vontade deste tão prestativo guri?! 

Nas salas de quimioterapia estão dois enfermeiros que tem um coração de pudim. Uma delas é uma enfermeira importada de São Paulo e o outro um gaúcho da gema, nascido deste lado do Jacuí. Aplicam os tratamentos com um sorriso tranquilizador e fraterno, tentando toda hora transferir segurança e orientando sobre cada aspecto do tratamento. Recentemente o grupo foi aumentado com um nobre técnico de enfermagem, educado, gentil e responsável. Substituiu à altura a sua anterior colega que nos deixou para terminar estudos. Temos o futuro pela frente para desvendar os mistérios do nosso novo parceiro de trabalho. 

Ainda tem nossa cinderela da higienização, a qual mantem o centro todo como um brinco e as “alquimistas” que entram e saem sempre paramentadas como para um filme futurista preparar as medicações dos nossos pacientes.

Mas as voluntárias de carteirinha do nosso centro são duas meninas: Anié e Rita. Estas duas senhoras são presença regular no centro, distribuindo sorrisos, ajudando os pacientes a se sentirem melhor e dando o detalhe não profissional do centro de oncologia. Toda semana elas vêm pela manhã, um dia para cada uma e nos auxiliam a tornar nossos dias e os dos pacientes mais fáceis de carregar. O grupo de voluntários do nosso hospital é na sua acepção, o conceito mais correto e acertado de voluntariado. Quando uma delas precisa se ausentar sempre nos comunica. A ausência delas deixa os dias dos pacientes mais pesarosos e por isso elas merecem este destaque.

Em muitos centros de cuidados médicos, pelo mundo afora, há inúmeros projetos para humanizar o atendimento com voluntários de todos os tipos e espécies. Hoje podemos ver cães adestrados ajudando a reduzir o nível de estresse que os pacientes graves geram diante e durante seus tratamentos e períodos de internação. Um dia, quem sabe possamos usar nossos maravilhosos amigos de quatro patas para se somar as nossas armas de humanização em Cachoeira do Sul.

Vendo esse panorama todo, dessas belas ações sendo desempenhadas pelos nossos enfermeiros, técnicos, secretárias e voluntárias, pergunto: Como pode ajudar a mudar as coisas, sem precisar ser um voluntário de carteirinha? Já retribuiu alguma delicadeza que seu vizinho ou conterrâneo lhe fez? Até onde pensamos em nós e quando começamos a abrir mão dos nossos desejos e interesses para satisfazer os dos outros?

Fica aqui uma sugestão: Não precisa seguir o exemplo da Anié ou Rita (apesar de que seria muito benvindo!). Mas faça uma boa ação em benefício dos seus amigos, vizinhos, ou até dos desconhecidos, sem esperar reconhecimento ou retorno. Ser voluntário é isso. Não faça isso somente no mês rosa ou azul, faça todos os dias, como se amanhã fosse o dia de hoje novamente. Repita para si mesmo se não gostaria que isso fosse feito com a gente. Isso tudo faz bem, tanto para nós quanto para quem recebe. Estamos diante de tempos duros e difíceis e precisamos todos os dias ser exemplos e não esperar que estes partam dos outros. Criticar não é uma opção! Ajudar voluntariamente é remédio para muitos males, inclusive os cancerígenos e o trabalho voluntário sempre foi crucial para o avanço da humanidade

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