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08-12-2013 - novos tratamentos para o câncer
08-12-2013 - novos tratamentos para o câncer

 


Toda vez que um paciente entra pela porta de um consultório, os médicos deparam-se com a necessidade de oferecer o melhor de si e do arsenal terapêutico disponível para a resolução das doenças. Diante deste desafio constante, temos a obrigação de oferecer toda a informação e orientar o melhor e mais eficaz tratamento. No caso da minha especialidade, cabe-me orientar sobre as melhores alternativas para o tratamento do câncer, principalmente os remédios mais inovadores que temos hoje a disposição.

Até uns 15 a 20 anos atrás a Oncologia dispunha de diversos medicamentos e substâncias para o tratamento dos tumores, mas quase todos com muitos efeitos colaterais. E aí, por volta do início da década de 1990 surgiu uma nova classe de medicamentos, chamada de ANTICORPOS MONOCLONAIS. Estes novos medicamentos deram lugar a uma extraordinária e inovadora fase da oncologia. O primeiro Anticorpo monoclonal liberado para o uso foi o Trastuzumab, para o câncer de mama e que hoje também está disponível pelo Sistema Único de Saúde, apesar de que ainda de forma limitada. Estes anticorpos deram lugar a uma nova subespecialidade da oncologia, que visa alvos terapêuticos específicos, a diferença da quimioterapia, que agride todas as células, sem fazer distinção de características pontuais, muitas vezes presentes apenas nas células malignas e não nas células saudáveis.

A partir daí vieram outras drogas com este perfil: mais seguro, menos tóxico e mais específico para as células do câncer. Em outras palavras, a ciência criou drogas inteligentes com o objetivo de atacar quase que exclusivamente células defeituosas, alvejando regiões específicas do funcionamento celular. Entrou uma segunda medicação de efeito fantástico, cujo nome atual é Rituximab, para os linfomas, os do tipo não de Hodgkin. Criou-se um novo tipo de paciente, com maiores taxas de cura e sobrevidas mais longas, assim como maior qualidade de vida, menos efeitos colaterais e outros benefícios que iremos descobrir no futuro.

Daí em diante remédios com nomes cada vez mais difíceis vieram e para muitos outros tipos de tumores. Todos hoje disponíveis em cada canto do nosso país, inclusive nossa cidade.

Mas qual foi o custo dessa nova opção de tratamento oncológico?

Remédios novos são o resultado de muita pesquisa médica, que costuma durar bastante tempo e custar muito dinheiro. Este custo evidentemente que é repassado ao consumidor, em outras palavras: o paciente. Mas o dilema que os oncologistas se defrontam é o seguinte: O Sistema Único de Saúde do Brasil é, na sua teoria, uma das melhores e mais perfeitas estratégias de política em saúde já criadas no mundo. Na prática, porém, ela está longe de imitar o seu conceito. Os responsáveis das falhas do sistema são vários, desde o governo federal, passando pelos governos estaduais e municipais até a classe médica. A responsabilidade de cada segmento é evidente, porém é difícil corrigir numa única geração tudo o que de errado foi feito com o nosso SUS.

Mas o que fazer com todos esses medicamentos que estão hoje disponíveis para o tratamento de tantos tumores e cada vez com melhores resultados? 

O estado do Rio Grande do Sul tem um dos maiores números de processos na justiça atrás de medicamentos não disponibilizados pelo SUS. No meu entender, nada mais do que um reflexo do nível de compreensão da população dos seus direitos. Quer dizer, o paciente tem acesso a determinada informação para o tratamento de sua doença e isto gera uma reação absolutamente normal, que é o de buscar o que tem de melhor e mais eficaz para o controle do seu tumor.

Podemos filtrar para os nossos pacientes as informações relacionadas à sua doença? O “Dr. Google” já faz muito serviço extra, o que garante uma enxurrada de informações que qualquer pessoa com uma simples conexão de internet pode ter. Do ponto de vista ético seria absolutamente errado não esclarecermos todo a cada paciente sobre todas as opções de tratamento para suas doenças. Não é atribuição do médico, definir quem pode e quem não deverá ter o direito ao acesso deste ou daquele medicamento: nós apenas prescrevemos. Eu me vejo na absoluta obrigação de orientar o paciente, que apresenta determinada patologia, sobre a existência do melhor tratamento, o qual muitas vezes não é garantido pelo orçamento que o governo define para o SUS.

Então, o que fazer?

Os pacientes: Devem perguntar sobre todas as alternativas aos seus médicos. Inclusive sobre opções não disponíveis na nossa geografia e sistema de saúde. Se tiver acesso a medicamentos sendo feitos em protocolos de pesquisa médica, analise com bons olhos, pois estes medicamentos provavelmente estarão disponíveis no mercado somente em 5 a 10 anos.

Médicos: Não cabe a nós determinar quem tem direito ou não a determinado tratamento. Julgar isto não é correto. Resumindo: nosso papel é educador e orientador. Apenas devemos garantir que o paciente tenha toda a informação necessária para decidir sobre todas as possibilidades de tratamento.

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