BLOG TRIBUNA MÉDICA - DR. SÖREN 
02-11-2013 - 2ª opinião médica
02-11-2013 - 2ª opinião médica

 


Percebo, por experiência pessoal e por motivos profissionais, que cada vez mais a população procura assistência médica pelos mais diversos motivos de saúde. A necessidade de aliviar sintomas, diagnosticar doenças e prescrever tratamentos está cada vez mais inserida na rotina da população. Há uma crescente preocupação da sociedade com a saúde, com questões estéticas, enfim. Entendo que devemos sempre procurar a melhor solução para o nosso bem estar. Não há dúvidas quanto a isso. 

Pacientes sentam num consultório médico a procura de soluções, que sejam rápidas, efetivas, de menor sofrimento possível e que estejam ao alcance de suas condições econômicas. A visita de um paciente ao médico estabelece uma relação contratual, onde uma parte oferece e a outra está a procura de um serviço. Desta forma é correto dizer que cada lado tem o direito de rescindir o contrato (se pudermos chamar ele assim) avisando sempre a contraparte. Em outras palavras, caso o paciente desista do atendimento do médico que procurou ou o médico desiste de assistir ao paciente, ambos estão no seu direito. Clássico direito do consumidor (vide PROCON)

Mas a nossa questão é no que se refere à Segunda Opinião Médica. Do ponto de vista do novo Código de Ética Médica, nós, como profissionais da saúde, temos a obrigação de orientar os nossos pacientes no que se refere a procurar uma opinião diferente, caso o paciente tenha este interesse e preocupação. A opinião de um segundo médico permite ao paciente se sentir mais seguro e tranquilo com relação às decisões que ele irá tomar. Muitas vezes a primeira consulta no médico dá elemento suficiente para o paciente se sentir motivado em ouvir um segundo profissional e assim saber que está escolhendo a melhor decisão, no que se refere a sua saúde. Mas vejamos o que costuma acontecer no dia a dia.

Perspectiva do médico
Do ponto de vista do médico, quando este deseja não mais assistir um determinado paciente, ele sempre comunica ao mesmo que deverá procurar outro colega, a fim de continuar com o seu atendimento. Por motivos óbvios, esta situação é difícil de acontecer, pois a posição do médico é a de um profissional preparado psicologicamente para enfrentar os problemas relativos às doenças e não há envolvimento emocional e nem físico de sua parte. Aliás, devemos até estimular a segunda opinião, quando o paciente se manifestar em dúvidas ou percebermos que ele não está satisfeito. 

Perspectiva do paciente
Do ponto de vista do paciente, ele pode procurar a segunda opinião, sem mesmo dar qualquer satisfação ao seu médico, mas uma atitude de cortesia e gentileza seria comunicar o seu médico que fará uma consulta com outro colega. Na medida em que o paciente tem este direito, ninguém pode coibir ele de agir assim: seria errado e atitude pueril. No entanto, o que considero uma falta de consideração e gentileza com o médico, é que esta ação seja feita sem ele saber, pois isso só demonstra uma falta de confiança e de diálogo. Uma segunda opinião é saudável para todos, mas desde que seja feita com toda a clareza e honestidade para ambas as partes. Muitos de nós, médicos, precisamos destes indicativos para refletir sobre a maneira como estamos agindo e tratando nossos pacientes, sobre o que e o quanto estamos estudando, enfim: todos os aspectos do atendimento.
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As consequências de uma segunda opinião são extremamente saudáveis e sou ABSOLUTAMENTE a favor dela acontecer. Isso constrói e fortalece a relação com o médico e o seu paciente e aumentam as chances de mais opiniões e informações serem favoráveis para o tratamento do paciente. Esta relação é erguida na confiança, honestidade e parceria de ambas as partes. Isso só garante o melhor atendimento do paciente, com segurança para todos.

A relação médico – paciente precisa ser entendida bem como isso: um contrato, onde ambas as partes devem respeitar seus limites, suas obrigações e seus direitos. Por isso reafirmo que para não haver quebra da relação de confiança, sempre conversem com seus médicos sobre o seu direito a segunda opinião.

Este é um tema que, por causar muito prurido, a maioria das pessoas evita abordar. Não tenha medo em comentar com seu médico seus temores e suas preocupações. Se você estabeleceu uma boa relação com seu doutor, provavelmente não terá necessidade de uma segunda opinião. Dê a ele o tempo necessário para poder estudar seu caso, verificar as alternativas ou opções e se informar sobre as novidades científicas. Não tema em comentar aspectos dos tratamentos e discutir as opções. Às vezes criamos mitos de que as soluções às nossas doenças estão em centros maiores, onde hospitais e clínicas luxuosas parecem oferecer um selo de garantia para isto. A verdadeira solução está sempre na relação que você estabelecer com seu médico e na forma como ele lhe retribuir. 

Uma boa relação médico – paciente, com honestidade e confiança, é um bom começo para achar a solução aos seus problemas e angústias.

Esta é a minha interpretação sobre a relação médico – paciente e a Segunda Opinião Médica.

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