Há poucos dias fui convidado para uma aula sobre prevenção de câncer na Ulbra de Cachoeira do Sul. O convite partiu do curso de Fisioterapia. Gentilmente recebido e acolhido, conversamos por mais de uma hora sobre todos os níveis de prevenção do câncer, desde as etapas primordiais até o seu nível terciário. A paliação do paciente com câncer também esteve entre os tópicos a discutir.

                Os espectadores me deixaram gratamente surpreso. Confesso que nunca tive uma oportunidade tão explícita de me aproximar de alunos universitários (biologia, enfermagem, fisioterapia, odontologia, entre outros) e poder transmitir um pouco do conhecimento oncológico. É uma experiência das mais gratificantes, mais ainda quando os interlocutores e espectadores demonstraram um incrível interesse pelos assuntos que abordamos.

                A época da universidade é de um encanto incomparável. Ainda lembro-me das aulas de anatomia, ministradas por extraordinários professores, um deles de origem uruguaia, cuja voz funcionava entre os limites da sedação até os do incompreensível sotaque castelhano (me incluo neste segundo grupo) Os outros anos foram caracterizados por emoções constantes, intercalados por decepções, bem como a vida é. Mas ela não seria gratificante se não nos ensinasse a superar as frustrações e tristezas, bem como aprender a apreciar os triunfos e sucesso.

                A universidade garante pelo menos dois momentos de extasiante prazer, que podem ser resumidos assim: o primeiro é a satisfação de aprovar uma matéria e passar de ano. A maior compensação de um estudante está nos resultados obtidos em suas avaliações. As festas são o segundo catalisador que garante a sanidade de quem dedica anos e parte de sua vida para uma melhor formação acadêmica. E que momentos climáticos estes!

                A Ulbra me surpreendeu. A qualificação dos alunos, as perguntas e seus interesses relativos ao câncer atuaram como combustível para atear a minha nocauteada vontade pelo conhecimento. Gostaria de ter ficado mais tempo e ter tido uma temperatura menos gélida para prorrogar minha interação com pessoas que atravessam esta fabulosa etapa da vida. A melhor e mais elaborada ferramenta de um país contra a pobreza está na educação, no estudo e na formação de seus habitantes. Assim como em outros tempos, o que nos falta é estimular o aprendizado, reintroduzir os ensinamentos no “trivium modus operandi” e tornar o processo de aprender um desejo liberal e não obrigatório. A universidade é um campo fértil, mas não devia ser o único.

                Parabéns a professores e à Ulbra que qualificam e enriquecem nossos jovens e que venha a UFSM!