Jovens também podem ser vítimas do câncer. A incidência é muito inferior ao que acontece com os adultos e idosos e também é razoavelmente menor da que encontramos em crianças e adolescentes. Mas quem pode ser considerado jovem?

Impossível encontrar nas referências científicas um conceito que especifique as idades limítrofes para este grupo de pacientes, mas podemos considerar que está entre a faixa dos 20 aos 40 anos. A epidemiologia de tumores nestas duas décadas de vida é completamente errática, diferente das outras e imprevisível. Com isto é prudente registrar que não temos como afirmar quais são os tumores mais comuns que podem afetar pacientes entre estas idades. Normalmente não são faixas de idade para tumores de origem hereditária, pois estes são mais comuns nos primeiros anos de vida e também não viveram o suficiente para criarem fatores de risco e de exposição repetida para gerar falhas genéticas suficientes no sentido de criar tumores como os dos adultos e/ou de idades posteriores.

Os tumores que costumamos ver com maior incidência são os linfomas e tumores germinativos de testículo. Aqueles tumores de rim, pâncreas, pulmão ou outros comuns a partir da 5ª e 6ª décadas de vida são extremamente incomuns. Alguns pacientes jovens, com temor a procurarem atendimento médico, acabam retardando seus diagnósticos. Frequentemente os temores são infundados, pois nesta faixa etária é muito mais comum identificar doenças inflamatórias e infecciosas ou outros tipos de patologias, como diabetes, cálculos, doenças inflamatórias crônicas do intestino, entre tantas outras possibilidades.

O importante para estes pacientes é procurar o seu diagnóstico na maior brevidade possível, já que se estivermos diante do caso de algum tumor, costumamos encontrar doenças com boas respostas aos tratamentos. Obviamente que como em toda regra existem as exceções e algumas doenças mais agressivas são motivo de intensivos tratamentos e abordagens terapêuticas mais abrangentes.

Fundamental é não gerar falsas expectativas, criar fantasmas ou satanizar os seus sintomas. Procurar ajuda e não se considerar invencível ou intocável faz parte da estratégia para encontrar as soluções e quanto mais cedo melhor. A negação faz parte das etapas de aceitação dos problemas e de qualquer doença. Não sou mais tão jovem e nem posso me incluir neste grupo, que eu mesmo categorizei, mas como cheguei a comentar em outras conversas nossas daqui, a minha juventude veio carregada de soberba e vigor físicos, que me garantiram saúde e plenitude de vivências. A juventude é uma das idades mais revigorantes e onde devemos cuidar melhor do nosso futuro. Não adie a prevenção e nem protele o cuidado de sua saúde