(Parte 2)
Na semana passada, nesta mesma coluna elaborei o que considero parte de uma série de aspectos da relação médico paciente. Posso ter atiçado alguns pontos de vista mais do que outros, mas a ideia não é gerar polêmica, pelo contrário. Desejo apenas despertar a curiosidade sobre o que é melhor no processo da consulta e relação médico e paciente. Portanto, aqui as próximas e últimas 5 sugestões.
6.- Durante a consulta é prudente deixar o paciente falar. É importante para o médico saber o que o paciente sente. Muitas vezes os familiares, no intuito de ajudar, são porta-vozes das queixas e sintomas dos pacientes. Evidentemente que precisamos da intervenção e ajuda de todos, mas a consulta deve se basear no que o paciente tem a dizer. Primeiro deixar o paciente falar e depois se ele esqueceu algo, ajudem a lembrar.
7.- A consulta é um tempo que o médico dedica ao paciente. Precisa-se de paz e calma para que ele possa elaborar os melhores e mais certeiros diagnósticos. Por isso, no máximo nas consultas deve ir um familiar. As informações sobre a doença do paciente podem ser oferecidas ao resto da família em momentos oportunos, mas as primeiras consultas ou as importantes devem ser realizadas com poucos familiares. (em minha opinião, dois familiares é o máximo desejável)
8.- As consultas precisam ser processos de diagnóstico e decisões terapêuticas, que muitas vezes lidam com o futuro da vida dos pacientes. Por isso, se a consulta não é de uma criança, evite levar as mesmas ao consultório, pois elas, na sua ingênua e invejável natureza, distraem o foco dos assuntos. Estas três primeiras sugestões desta segunda parte são preferencialmente para as primeiras e para as mais importantes consultas.
9.- Não solicite receitas de medicamentos dados por outros médicos. Nem sempre sabemos a utilidade destes e os motivos pelos quais o colega os prescreveu. É importante que os colegas que os prescreveram, sejam os mesmos a serem consultados sobre a continuidade de medicamentos, principalmente os controlados. Neste tópico geralmente incluem-se remédios como ansiolíticos, moderadores do humor, moderadores do apetite, entre outros. Além disso, os colegas deixam de acompanhar algo que tem que ser constantemente revisado, que é a consulta do seu paciente.
10.- O celular é um instrumento de trabalho, que serve para encurtar as distâncias e garantir uma maior proximidade dos pacientes aos seus médicos. Quando for ligar para ele, seja breve ao explicar o motivo de sua ligação, tenha um bloco e caneta do lado, pois eventualmente ele irá lhe passar algumas recomendações. Informações menos urgentes podem ser repassadas para as secretárias dos mesmos. Use o celular com bom senso.
Espero que compreendam que minhas sugestões buscam melhorar o atendimento dos pacientes e com estas dez pautas, vocês só têm a ganhar em tempo e dedicação dos seus médicos para com vocês.