Terminar um namoro, escolher uma faculdade, comprar uma roupa ou dar um presente? Na vida estamos constantemente decidindo por uma ou outra coisa. Cada vez que optamos por algo, um universo infinito esvanece bem diante das nossas escolhas e outro se abre com um leque de múltiplas alternativas. A cada escolha assumimos a responsabilidade e as consequências resultantes da mesma. O mais importante a destacar é que a cada decisão, precisamos assumir a responsabilidade de suas consequências. Mas, de fato assumimos? Ou simplesmente decidimos no calor da emoção ou levados pelo empuxo social ou até pela tola influencia externa que nada tem a ver com as nossas existências?
Cada vez que arribamos em encruzilhadas impostas pela vida, nos deparamos com a necessidade de tomada de decisões. Imagino que o leitor, assim como eu, deve lembrar-se de momentos únicos, onde uma ou outra opção significaria caminhos diametralmente opostos e com isto, resultados desejados e noutras ocasiões nem tanto.
Evidentemente que para o médico, a tomada de decisões é uma constante. A cada consulta, tratamento ou a cada exame, devemos optar por escolhas. Muitas vezes estas não garantem a satisfação de todos, conduzindo a desagradáveis resultados. Outras a desfechos insólitos e inesperadamente positivos. Ninguém pode antecipar o destino de nossas decisões, pois ninguém possui o dom de prever o futuro. Mas é importante assumir a responsabilidade das consequências de ditas escolhas e decisões, pois o contrário implica em irresponsabilidade e imaturidade.
Pacientes, seres humanos em geral, precisam se responsabilizar pelas suas decisões. Por isso, antes de falar algo, de expressar um sentimento ou qualquer outra ação que tenha consequências irremediavelmente nefastas, pense nos desdobramentos posteriores.
Ser responsável e não inconsequente. Não julgar os outros e sim refletir sobre as próprias decisões. Daí que de nada serve cobrar resultados da ciência se ao portar um câncer de pulmão, continua fumando ou se expondo a fatores de risco. O mesmo vale para todas as outras neoplasias. Como poderia ser um oncologista e hostilizar os fumantes, se até alguns anos atrás eu mesmo fumava? Foi 8 anos atrás que decidi que não se tratava apenas de uma decisão em meu benefício, mas parar de fumar era um marco para justificar minhas cobranças aos pacientes fumantes. A decisão que tomei foi, sem dúvida, a melhor para mim. Agora, para você? Já optou por algo parecido em benefício de sua saúde?
O nosso corpo é como um templo alugado. A cada dia de uso, ele fica mais ou menos deteriorado. Depende de como você irá cuidar dele, que determinará o estado do “prédio” e contrato de locação. O zelador, síndico e locatário é você mesmo. Se abusar das instalações, poderá viver num local se desmantelando ou ser expulso antes do fim do contrato. É uma analogia um tanto patética, porém de fato não somos donos do nosso corpo. Apenas usufruímos temporariamente de suas benfeitorias e as melhorias que fizermos garantirão o sucesso de nossa moradia e acolhimento. A vida eterna é fora desta etapa física. Por isso, faça suas escolhas com sabedoria e pensando no futuro de todos os envolvidos. Não pense egoistamente no presente ou no prazer temporário das mesmas