Usualmente a humanidade não valoriza o impacto dos tumores de pele, já que a sua grande maioria está relacionada a tumores de crescimento local. Com isso quero dizer, que tumores de pele como carcinomas escamosos e os do tipo basocelular, costumam crescer apenas no local de sua formação, com raríssimas exceções causando metástases. Eu pelo menos não lembro de ter atendido na minha vida médica mais do que um único paciente que tenha tido metástases de um carcinoma basocelular para o pulmão. De qualquer maneira, é importante dizer que os tumores de pele são os mais comuns do ser humano. Como a sua malignidade está restrita, na sua grande maioria, ao comprometimento do seu local de crescimento, a sua magnitude de envolvimento estatístico não é totalmente conhecida.

Podemos separar de forma clássica e pela sua maior frequência, em 3 grandes tipos: os carcinomas escamosos, os basocelulares e um terceiro grupo que é de fato o mais temido: os melanomas. Deste último eu guardo uma distância considerável e prudente, devido ao seu comportamento agressivo e imprevisível.

Os carcinomas escamosos ou epidermóides e os basocelulares são tumores que são de relativo fácil tratamento cirúrgico, quando estes são diagnosticados em etapas precoces e sem envolvimento de estruturas delicadas, como olhos, boca ou nariz. Usualmente eles somente crescem no local causando estragos na profundidade e nas estruturas próximas ao seu local de formação. Para estes não usamos quimioterapia. Existem 

Os melanomas por outro lado, são doenças com um leque de comportamento muito amplo e variável, podendo estar apenas restritos ao crescimento local, até comprometimento severo de pulmões, ossos, fígado e até cérebro. Não é possível prever com antecedência o comportamento de um melanoma e por este motivo que é importante fazer o diagnóstico no momento mais precoce da doença.

Virtualmente todos estes tumores têm como causa em comum, a exposição errática ao sol (o conceito disto é variável, mas costuma se resumir a exposições ao sol em horários não apropriados, como entre as 10 e 17 horas do dia, longas exposições ao sol, exposição durante idades muito precoces, como na infância, não uso de protetores solares, entre outros) De qualquer maneira, para melhor esclarecimento, um dermatologista pode e deve ser consultado.

Como os tumores epidermóides e basocelulares não costumam representar (leia-se bem: não costumam) nenhum risco a saúde integral do paciente, irei me deter um pouco mais nos melanomas.

Os melanomas provêm da alteração genética de células da pigmentação da pele. São mais comuns em pessoas de pele branca, aparentemente nos com coloração avermelhada mais ainda e aparentemente em quem apresenta um número expressivo de sardas ou pintas (fator de risco aparente) Está associado a uma exposição errática ao sol, ausência de uso de protetores solares, assim como outros fatores menos conhecidos, como radiações de outras fontes. O grande problema dos melanomas, assim como de outros tumores de pele, é que a sua incidência vem em aumento, muito provavelmente por mudanças nas camadas protetoras da nossa atmosfera, alterações climáticas, entre outros fatores. Seria um pouco mais fácil enfrentar os desdobramentos deste tipo de tumor, principalmente quando a cirurgia não é mais uma opção ou quando as metástases já se instalaram, se tivéssemos hoje em dia alternativas médicas de melhor eficácia. Mas a realidade nos mostra que os tratamentos disponíveis para o melanoma hoje em dia ainda estão longe de ser aceitáveis para o controle do tumor e principalmente porque os custos de seus tratamentos são exorbitantes, fora do alcance da população mediana.

Portanto, o que fazer? Evitar exposição prolongada ao sol, principalmente na infância e adolescência, sob risco de enfrentarmos na vida adulta uma neoplasia de comportamento errático e traiçoeiro. A radiação UV hoje em dia está mais intensa e de maior risco. Embora tenhamos remédios mais eficazes, o seu custo é proibitivo para a saúde pública